Estrangeiros compram quase 3.500 imóveis perto de áreas sensíveis no Japão; chineses lideram aquisições

O governo japonês divulgou um novo levantamento que mostra que 3.498 imóveis localizados próximos a áreas consideradas sensíveis para a segurança nacional foram comprados por estrangeiros no ano fiscal de 2024. Desse total, quase metade das aquisições foi feita por chineses.

Onde esses imóveis estão localizados?

As propriedades ficam próximas a instalações militares, centros de pesquisa, órgãos ligados à defesa e ilhas remotas, regiões que o Japão passou a monitorar com mais rigor nos últimos anos.

Segundo o estudo, estrangeiros compraram 1.744 terrenos e 1.754 prédios espalhados por 37 das 47 províncias japonesas. As aquisições ocorreram perto de 583 locais oficialmente classificados como “áreas monitoradas” ou “áreas de monitoramento especial”, conforme uma lei que entrou em vigor em 2022.

De acordo com o governo japonês, muitos dos imóveis adquiridos são apartamentos e condomínios, especialmente na região metropolitana de Tóquio, e boa parte dessas compras teria sido feita com objetivo de investimento, e não para moradia.

Tóquio lidera ranking

Por província, Tóquio aparece disparada em primeiro lugar, com 1.558 aquisições.

Na sequência aparecem:

  • Kanagawa: 339 imóveis
  • Chiba: 235 imóveis
  • Hokkaido: 217 imóveis
  • Fukuoka: 211 imóveis

Governo vai mudar regras a partir de 2026

Diante do aumento das aquisições, o governo japonês anunciou que, a partir de abril de 2026, vai exigir mais transparência nas compras de imóveis considerados estratégicos.

Entre as novas medidas:

  • Empresas terão que informar a nacionalidade de seus dirigentes ao registrar a compra de propriedades sensíveis
  • Pessoas físicas também deverão declarar sua nacionalidade ao adquirir áreas florestais

O objetivo, segundo o governo da primeira-ministra Sanae Takaichi, é entender melhor quem está comprando imóveis nessas regiões e com que finalidade.

Apesar do aumento expressivo no número de aquisições, o governo informou que nenhuma advertência ou ordem de interrupção de uso foi emitida até agora. Ou seja, não foram identificadas irregularidades diretas ou ameaças imediatas à segurança nacional.

A ministra responsável pela área de segurança econômica, Kimi Onoda, afirmou que o governo continuará monitorando a situação de forma constante.

Imagem ilustrativa: Canva

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