
No Japão, ouvimos sobre notícias de brigas, furtos e até crimes com facas, mas raramente sobre tiroteios. Casos envolvendo pistolas são extremamente raro. Porém, recentemente ocorreu um caso em Tóquio, em que a polícia encontrou duas armas de fogo e dezenas de munições na casa de um homem. Ele afirmou ter guardado as armas “para defesa pessoal”, algo que é completamente ilegal no país.
A notícia chamou atenção justamente por mostrar o quanto o Japão leva a sério o controle de armas. Segundo a Agência Nacional de Polícia, apenas 139 pistolas foram apreendidas em todo o país até setembro deste ano.
A base do sucesso japonês no controle de armas está na “Lei de Controle de Armas e Espadas”, criada em 1958. Essa lei parte de um princípio simples: ninguém pode possuir uma arma de fogo, a não ser em raríssimas exceções, como para caça esportiva, competições de tiro ou pesquisa.
Mesmo nesses casos, o processo para conseguir uma licença é rigoroso. O interessado precisa:
- Passar por exames teóricos e práticos sobre segurança;
- Realizar avaliação psicológica e teste de drogas;
- Ter o histórico criminal e reputação verificados;
- Guardar a arma e as munições em cofres separados, com inspeções anuais da polícia.
Além disso, as licenças precisam ser renovadas regularmente, e qualquer irregularidade pode resultar em perda imediata do direito de posse.
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Fiscalização ativa e cultura de segurança
A polícia japonesa faz inspeções periódicas nas residências dos proprietários autorizados, controla a venda de munições e monitora constantemente o possível envolvimento de armas com o crime organizado.
A maioria das armas apreendidas no país é ligada às organizações criminosas japonesas. Em 2024, sete das pistolas confiscadas pela polícia vinham diretamente de membros desses grupos.
Mesmo assim, o número de incidentes envolvendo armas de fogo continua caindo ano após ano. Em 2023, houve apenas nove crimes com disparos em todo o país, e metade deles relacionados a gangues.
A raridade dos casos faz com que cada incidente com arma de fogo provoque grande comoção. O assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, em 2022, foi um choque nacional. O autor utilizou uma arma artesanal, montada com peças simples, um alerta de que, mesmo em um país tão controlado, a tecnologia e o acesso a informações na internet podem criar novos desafios.
Ainda assim, o Japão segue sendo um exemplo de como a segurança pública pode ser mantida com prevenção, fiscalização e cultura coletiva de responsabilidade.
Mais do que uma simples política de segurança, o modelo japonês reflete uma mentalidade social: aqui, portar uma arma não é visto como um direito individual, mas como um risco coletivo. É essa percepção que mantém o país entre os lugares mais seguros do mundo, onde os crimes com armas de fogo são notícias justamente por serem exceção.
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