
Apesar de o enterro no Japão ser permitido por lei, ele é cada vez mais raro. A tradição e a falta de espaço nas cidades fizeram da cremação o método mais comum no país, representando mais de 99% dos casos. Ainda assim, algumas pessoas, por motivos religiosos ou pessoais, buscam alternativas para manter o enterro tradicional, enfrentando desafios burocráticos e culturais para realizar esse desejo.
O que diz a lei japonesa sobre o enterro no Japão
A legislação japonesa não obriga a cremação. Ela permite tanto a cremação quanto o sepultamento em cemitério, desde que respeitado o prazo mínimo de 24 horas após a morte. Ou seja, ser enterrado é legalmente possível.
No entanto, na prática, quase todos os municípios priorizam a cremação, principalmente nas grandes cidades, por questões de espaço, higiene e costumes culturais. Cemitérios com túmulos para corpos inteiros praticamente desapareceram no Japão moderno.
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Por que a cremação se tornou o padrão
A escolha pela cremação tem raízes históricas e religiosas. O budismo e o xintoísmo, religiões predominantes no Japão, veem o fogo como símbolo de purificação. Além disso, em um país de território montanhoso e densamente povoado, os cemitérios tradicionais ocupam muito espaço, algo escasso e caro em áreas urbanas.
A partir do século XX, o governo passou a incentivar a cremação como medida de saúde pública e racionalização do solo. Hoje, praticamente todas as prefeituras exigem que o corpo seja cremado antes do sepultamento das cinzas, o que explica os altíssimos índices de cremação.
Casos especiais: quando o enterro é permitido
Alguns grupos religiosos, como a comunidade muçulmana, mantêm a tradição de enterrar os corpos sem cremação. Nesses casos, o enterro é possível, mas apenas em cemitérios autorizados que atendam a critérios específicos de solo e distância de áreas habitadas.
Um exemplo é o cemitério muçulmano de Yamanashi, criado justamente porque a cremação vai contra os preceitos islâmicos. Mesmo assim, os espaços são limitados e caros, e muitas famílias estrangeiras preferem enviar o corpo ao país de origem.
Custos e burocracia
Optar por um enterro tradicional no Japão pode ser bem mais caro do que a cremação. Além do preço do terreno, há custos com documentação especial, transporte e manutenção do túmulo. A cremação, em comparação, é mais simples e aceita em qualquer região do país.
Por isso, a maioria das famílias japonesas escolhe cremar o corpo e guardar as cinzas em urnas funerárias (骨壺, kotsutsubo), que são colocadas em templos ou columbários.
Em um relato de comunidade muçulmana, menciona-se que um enterro no Japão, em local que aceita sepultamento de corpo inteiro, custou cerca de ¥300.000 (300 mil ienes) para a família.
E se você quiser ser enterrado no Japão?
É possível, mas é importante planejar com antecedência. Antes de tudo, é preciso confirmar com a prefeitura local se há cemitérios que aceitam sepultamento de corpo inteiro. Em cidades como Tóquio e Osaka, as opções são raras.
Também é recomendável registrar por escrito o desejo de ser enterrado e informar à família. Em caso de morte, sem instruções claras, as funerárias seguirão o procedimento padrão: cremação.
Tradição, espaço e espiritualidade
Mesmo com leis que permitem o enterro tradicional, o Japão escolheu a cremação como símbolo de pureza, praticidade e harmonia com o espaço. E, no fim das contas, mais do que o método, o que realmente importa é o respeito à memória e às crenças de cada pessoa, seja ela cremada ou enterrada.
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