
Enquanto os óculos inteligentes da Meta fazem sucesso nos EUA e Europa, o Japão adota uma postura cautelosa, e o motivo está profundamente ligado à cultura local de respeito à privacidade.
Os óculos Ray-Ban Meta, desenvolvidos pela Meta em parceria com a Ray-Ban, já conquistaram espaço nos Estados Unidos e na Europa. Com design moderno e tecnologia de ponta, o dispositivo permite tirar fotos, gravar vídeos e até traduzir vozes em tempo real.
Mas no Japão, um país conhecido pela rápida adoção de novas tecnologias, o lançamento ainda não tem data confirmada. E o motivo não é técnico, é cultural e legal.
Privacidade: um valor central na sociedade japonesa
No Japão, o conceito de privacidade em espaços públicos é levado muito a sério. Fotografar ou filmar alguém sem consentimento pode ser interpretado como invasão de privacidade, mesmo em locais abertos.
A imprensa japonesa destaca que os óculos da Meta, que contam com uma câmera embutida nas hastes, podem gerar desconforto, já que as pessoas ao redor nem sempre percebem que estão sendo gravadas.
Um artigo da Forbes Japan menciona que “há preocupações sobre questões de privacidade, e o lançamento no Japão está indefinido”. O mesmo tom aparece em outros portais que afirmam que a Meta evita o mercado japonês por causa da sensibilidade social ao uso de câmeras discretas.
A hesitação da Meta também tem base nas leis locais. O país possui regulamentações como o 迷惑防止条例 (Meiwaku Bōshi Jōrei), o “Regulamento de Prevenção de Incômodo”, adotado em diversas províncias, que proíbe gravações e fotografias sem autorização.
Além disso, em 2023 o Japão aprovou a lei que pune gravações não autorizadas com até dois anos de prisão. Embora a norma tenha foco em casos de assédio, seu impacto ampliou a discussão sobre gravações sem consentimento, afetando também o debate sobre dispositivos como os smart glasses.
Casos reais aumentam a desconfiança
A polêmica cresceu em 2024, quando um estudante foi flagrado usando smart glasses para colar em um exame de admissão universitária. O caso levou o governo a proibir o uso desses dispositivos em todas as provas nacionais.
A notícia ganhou repercussão e reforçou a percepção de que óculos inteligentes podem ser usados para fins indevidos, dificultando ainda mais sua aceitação social.
A Meta precisaria adaptar o produto ao contexto japonês, criando mecanismos mais visíveis de aviso de gravação, campanhas educativas e talvez até limitações de uso.
Enquanto os consumidores japoneses demonstram curiosidade, a pressão pública e a legislação mantêm o lançamento dos óculos da Meta em estado de pausa. Por ora, só é possível encontrar versões importadas à venda em sites como Amazon Japan, com preços entre ¥70.000 e ¥90.000, mas sem suporte oficial nem garantia local.
Para que a Meta conquiste o mercado japonês, precisará provar que inovação e privacidade podem caminhar juntas, algo essencial em uma sociedade que, acima de tudo, valoriza o respeito invisível.
Imagem: Canva
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O artigo Meta adia lançamento de óculos inteligentes no Japão por preocupações com privacidade foi inicialmente exibido em DIA A DIA.


